quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Entrevista - Juliana Daglio

Fala galera!!!

Como foram de fim de ano?
Eu tô comendo a ceia de natal até hoje...haha

Vamos ao que interessa, primeira entrevista do ano! eeee!!!

A Juliana, autora da trilogia que está fazendo o maior sucesso Uma Canção Para Libélula topou uma entrevista aqui para o blog e não me surpreendeu a simpatia dessa escritora e super bom astral, no final, tem um vídeo do seu canal no youtube que ela deixa uma mensagem pra todo mundo que está no caminho como novo escritor.

Boa leitura!

Ficha Técnica

Nome: Juliana Daglio

Idade: 25 anos

Cidade Natal: Cerqueira César - SP

Profissão: Psicóloga

Instagram: @judaglio2



Curtiram a entrevista? 
Você também pode se inscrever no canal da Juliana e aproveitar pra conferir esse vídeo que tá engraçado e super motivador para te inspirar a não desanimar da sua obra!

Ju, valeu pela entrevista delícia aqui para o blog e só posso desejar muito sucesso como escritora e como psicóloga que deu pra perceber ser excelente.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Resenha - Eu Vejo Kate, O Despertar de um Serial Killer

Fala galera!!! 

Estou super sumida né? Mas o motivo é bom, fora a correria no trabalho para sair de férias agora no fim do ano, também me organizei para dar aquele gás e finalmente terminar o meu livro, O Diário de Amélia! Pense numa alegria!? O caminho ainda é longo, revisar, conseguir editora e tals, mas a gente chega lá!

Hoje trago a resenha de um livro que estou participando como booktour, este aí do tema e aqui abaixo as informações técnicas e sem mais demoras, bora falar sobre:


Informações Técnicas

Livro: Eu Vejo Kate, O Despertar de um Serial Killer
Autora: Cláudia Lemes
Editora: Empíreo
Ano: 2015
Páginas: 391 

Sinopse
Uma escritora obcecada. Um agente do FBI com a carreira em risco. Um serial killer...morto.
Três personagens. Três narradores. Uma pergunta.
Quem está matando as mulheres de Blessfield?







Preliminares

Só digo uma coisa: tô de ressaca. haha
No momento, parece que nenhum livro será tão bom quanto Eu Vejo Kate e apesar de eu ter ganhado excelentes livros e estar com uma fila de espera de leitura quilometrica, no momento, nada mais me atrai se não a vontade de começar a ler de novo esse livro da Cláudia Lemes.
Eu não conhecia a autora, mas já estou louca para conhecer do que mais ela é capaz.

A linguagem do livro é bastante pesada, tanto para descrever cenas de sexo, como sobre os assassinatos, mas a autora deixa bem claro nas preliminares que não aliviou na narrativa e logo nas primeiras páginas vi que ela não estava exagerando. haha

O livro te prende da capa à sinopse, não tem uma parte que ele dê uma esfriada e você tenha vontade de pular algumas coisas, na verdade, quanto mais eu lia, mais percebia que estava ferrada para conseguir acordar no dia seguinte para ir trabalhar.
 E o mérito é todo da escritora, que dedicou pacientes 10 anos estudando a fio o comportamento de um serial killer, o que torna a leitura mais real e por vezes dava até um frio na espinha de imaginar que alguém realmente tenha coragem de cometer tamanha crueldade. Aliás, a realidade com que Cláudia narra essa história me deixava na maioria das vezes apreensiva, no final não dava para acreditar nas coisas que aconteceram e é exatamente isso que tornou a leitura vibrante.

Mas afinal, qual é a história?

Três personagens principais:
 Nathan Bardel - o serial killer, morto após ser condenado pelos seus crimes.
Katherine Dwyer - a escritora que decide escrever a biografia desse serial, até ser ameaçada se continuasse no caso.
Ryan Owen - ex agente do FBI, que dedicou muito tempo e métodos peculiares até conseguir prender Nathan e por isso Katherine procura por ele para conseguir mais informações para o seu livro e é também por isso que a história dos três se enrola e eles acabam tendo um caso.

É possível quase gostar de Nathan Bardel nos momentos de ação da narrativa e por ele ser apenas uma alma, eu realmente não consegui imaginar algum ator fazendo seu papel...haha...isso é legal, pois a ideia de que ele é apenas um fantasma foi bem feita, né?
É possível odiar facilmente a fraqueza de Katherine com seu ex namorado Dale, pra quem ela sempre libera seu corpo (digamos) só pra que ele se satisfaça e depois vá embora como um completo cafajeste... mais tarde a fragilidade de Kate e o quão forte ela é (parece contraditório, só lendo para entender o que digo), é percebida e aí tudo faz sentido. Eu imagino Kate interpretada pela atriz Evangeline Lilly.
Ryan Owen é o tipo de personagem atraente, na minha mente, ele se parece com Mathew Settle (personagem que faz Ruffus, pai de Dan em Gossip Girls). O cara é gênio, top! hehe

Eu particularmente sempre gostei de CSI, Without a Trace, Investigação Discovery, sempre tentando presumir o autor dos crimes antes do programa. No caso do livro, levou um tempo, mas minha suspeita se confirmou quando finalmente é revelado quem está imitando os "módus operandi", isto é, a forma como um serial killer mata suas vítimas, desde o perfil até a assinatura que deixam como marca dos seus crimes. Afinal, alguém estava continuando o trabalho do falecido serial Nathan Bardel na cidade de Blessfield. E o que choca quando descobrimos o assassino nem é descobrir de fato quem é, mas tamanha frieza e repito, a autora não economizou vítimas nem sangue!

A ideia do livro é também demais, muito criativa, usar um "espírito" de um serial killer e retratar em três narrativas diferentes uma história tão marcante!

Eu Vejo Kate definitivamente vai pro topo das melhores leituras de 2015.

Camila Mendes cita Dan Brown em certo momento, o que me deixou ainda mais encantada pela riqueza do seu trabalho e por citar um escritor que também amo, mas que na minha opinião, ficou no chinelo em termos de narrativa de suspense perto de Eu Vejo Kate, com todo respeito.
As cenas de sexo...bom, eu diria que 50 Tons de Cinza é muito fraco...haha

No geral, eu gosto mesmo é de livros de romance, mas se tiver mais livros como Eu Vejo Kate, troco facilmente.

Por fim, deixo aqui essa super recomendação desse super livro!

Quando lerem, compartilha aí que atores imaginaram para os personagens!

E em breve postarei a entrevista com Juliana Daglio, autora de Uma Canção Para Libélula, uma fofa! Está imperdível!

Bjs galera!!!




















domingo, 15 de novembro de 2015

Uma quase mochileira

Fala galera!!!

Como estão?

Alguns acompanharam o livro que eu estava compartilhando aqui no blog contando a história de amor entre Ian e Beca e agora que finalizei, posso me dedicar aos outros temas propostos aqui no blog e um em especial que ainda não abordei que é relacionado a viagens. Afinal, o nome do meu instagram e blog é justamente Resenhas Viajantes.

Decidi compartilhar com vocês o prazer de viajar na companhia de uma boa leitura e farei isso contando sobre meu fim de semana em São Paulo, pra onde fui, afim de participar do chá de lingerie de uma grande amiga.

Bom, vou pautar algumas coisas que me permiti desfrutar por lá e você pode agregar ou não para suas próximas aventuras:

1 - Rodoviária
Mano, não conheço muitas rodoviárias, mas a de Campinas passou por nova estruturação e tá massa, mas, não é de estrutura necessariamente que quero falar (mas, sim, é algo importante também) é o que tem dentro das rodoviárias...wow! Na de Campinas por exemplo, tem uma espécie de livraria, um espaço bem generoso cheio de livros alternativos com preços entre R$ 5 e 10 reais -  pasmem! Lógico que eu não resisti e fui dar uma conferida no acervo.
Eis o local:





Olha o tanto de livro! É um paraíso para nós carteiras assinadas! hehe

Depois de muito andar pela livraria, um livro me chamou a atenção e como eu tinha horário para embarque, não podia me demorar muito e o livro escolhido foi....

Tcharan....Onze, de Mark Watson.
Não falarei muito sobre o livro, pois quando finalizar, pretendo postar uma resenha. Mas posso dizer que está sendo uma leitura muito agradável. Apenas como prévia, digo que trata-se da história de Chris, um locutor de rádio que dá dicas de vida para pessoas...que não dormem de madrugada e parecem gostar dos seus conselhos. Em algum momento seus conselhos se interligarão à vida de outras 11 pessoas, mas eu ainda estou nas primeiras páginas e o autor é super detalhista, adora falar sobre a neve...rsrs...aguardando a dinâmica do livro.

Metrô:
Galera, sérião, quem ainda não teve essa experiência (não que tenha sido minha primeira vez) precisa experimentar: ler um livro durante um trajeto de metrô...se dizemos que os livros tem o dom de nos levar para dentro das histórias, o metrô faz essa aventura ficar ainda mais inebriante...enfim...LEIAM UM LIVRO NO METRÔ!

Metrô - Parte 2:
Sim, eu divide o metrô em 2 partes, porque, eu quis ser organizada! puff

Anyway...Sabe aquelas máquinas que você coloca o dinheiro e escolhe o salgadinho, chocolate ou refrigerante? Agora pense nessa máquina...para LIVROS....óó...com preços tipo...R$ 4 ou 8 reais! Só não pirei mais porque a máquina que eu achei só tinha umas revistas...pena...mas eu sei que tem de livros também. Fiquem sempre atentos! haha

Olha a máquina:


Casa dos outros:
Bom, cheguei na casa da minha amiga pro chá e fui deixar minha mochila de quase mochileira em seu quarto, quando me deparo com isto:


Nossa Sarah! Grande coisa, uma estante! NÃO. Nunca será apenas uma estante...estantes são portas de guarda roupas de Nárnia, te convidando para novas aventuras!!! Só que a estante dela foi pouco proveitosa já que boa parte dos livros era em alemão, um dos idiomas que ela pratica e que precisa, já que o noivo é suíço! hehe

Por fim...Rodoviária de novo, sim...explorar uma rodoviária pode ser muito mais prazerosa do que um shopping e também mais barata!

Acabei comprando:
O Diário de Anne Frank por R$ 22,00
Cem Melhores Crônicas, de Mário Prata por R$ 10,00

Enfim, espero que tenham curtido e que possam ter experiências ainda melhores que a que tive e aproveita que o natal está chegando para passear pela Paulista, os prédios comerciais sempre dão show de decoração.
Ah! E também tem que ir no Parque do Ibirapuera, vai no cair da tarde, leva um livro, fica de boa e de noite, conteplem a Dança das Águas! É mágico!!

Bjss galera!!!



sábado, 14 de novembro de 2015

Capítulo 22 - E Viveram...

Diga à Beca, que a vida vale a pena!
...
Não garanto que depois do "sim" de Beca outras bolhas não se formaram nos achismos da garota, mas com o passar do tempo Ian aprendera a quebrar cada uma delas e mostrar para Beca que o amor dele não mudaria.
Ian não apenas amava Beca, mas tinha um certo prazer em surpreendê-la sempre que podia. A carreira como advogado lhe rendera reconhecimento e com o passar do tempo, Ian começou a assumir casos mais complicados, até que decidiu se candidatar como promotor público. Na maioria das vezes os casos eram resolvidos de forma rápida, em outras, Ian até chegava em casa tenso e Beca ficava incumbida de ajudar o marido a esquecer as histórias que tinha que lidar durante as investigações. Normalmente eles iam ao parque, ou simplesmente alugavam um filme e ficavam juntinhos conversando, namorando e se gostando. Uma noite, sentados no chão e encostados no sofá, Beca comentara que gostaria de morar numa casa com um fundo para uma pequena floresta, um lugar que macacos pregos e diferentes pássaros viessem passear e roubar umas frutas que Beca propositalmente deixaria para eles. Ian guardou o desejo da esposa na mente e depois de algum tempo lhe presenteara com a casa, do jeitinho que Beca imaginara. Tinha até mesmo um lugar para Beca montar seu escritório em que atendia suas clientes, ela clinicava por conta, depois de passar pelo processo obrigatório de residência, mas gostava mesmo de se dedicar a arte, outra paixão que descobriu com o tempo e ela tinha muito talento na verdade.
Beca estava na sala da casa, que era rodeada de verde, portas de vidro com vista para a natureza, ela havia parado um momento a arrumação da casa nova para rever as fotos do seu casamento, que acontecera num domingo pela manhã em São Paulo, perto da família, para onde os dois voltaram a morar depois que se formaram. O domingo proporcionou ao casal um cenário perfeito de claridade, os padrinhos de smokings brancos, tinha até mesmo gaivotas no céu e alguns cisnes no lago do sítio em que celebraram a união.
O projeto em que Beca contribuíra para o estudo de paraplegia não havia tido sucesso e ela permanecia na cadeira de rodas, foi uma das bolhas que ela formara na época, querendo ou não, a ideia remota de poder andar era algo latente desde que surgiu a possibilidade e ter que lidar com frustração era um novo desafio, mas nada que o tempo e Ian não pudesse contribuir para que a rotina voltasse ao normal.
Enquanto olhava o álbum de casamento, Beca encontrou uma foto antiga dos seus pais, que como ela e Ian, também cresceram juntos e assim permanecem até hoje.
Débora, mãe do Ian estava ajudando Beca a desfazer as coisas da mudança e parou para ver as fotos com a nora.
- Seus pais formam um lindo casal. - Comentou Débora.
- Formam mesmo. - Concordou Beca com um sorriso. - Nossa, nesse dia, Ian estava muito nervoso com cara que não deixou uma senhora passar na frente para ser atendida. - Lembrou Beca, olhando uma foto dela com Ian em que o rapaz estava com uma cara de rabugento. 
- Ian nunca aguentou ver alguém agindo com indiferença, não importava quem fosse. - Observou Débora, sorrindo ao ver a foto do filho.
- Ele sempre foi meu herói. - Respondeu Beca, permitindo algumas lágrimas.
Ian fora morto depois de tentar impedir alguns jovens de continuar a agressão à um morador de rua, os jovens bateram até que Ian desmaiou. Quando o resgate, Ian só conseguiu com muito esforço deixar um pequeno recado: "diga à Beca, que a vida vale a pena!"
...
O casamento de Beca e Ian fora o mais lindo de todos os tempos, não teve um convidado que deixou de contemplar o amor que havia entre os dois apenas numa simples troca de olhares ou num tocar de mãos.
Em seu voto, Ian lembrou a Beca com a vida poderia ser bela quando permitimos ir além dos nossos medos e que ele cuidaria dela com a honestidade que o amor pedia.
Beca quase não conseguiu dizer seus votos depois de ouvir o marido, mas tomou fôlego e começou a discursar, com o mesmo olhar que lhe dera na noite da formatura:
Ian Freitas, quando eu acho que a vida já me presenteou o suficiente, me lembro que temos uma vida inteira juntos e isso me traz um sorriso que acabo não conseguindo disfarçar, mas quer saber? Deixo mesmo a alegria aparecer sem me importar com o que pensarão, porque a verdade é que esse amor que construímos precisa ser passado adiante. Eu quero que outros tenham o prazer de desfrutar do bem que você faz e do quanto lhe sou grata por tudo. E se tivermos apenas mais esse dia, que grande dia está sendo e é exatamente assim que me sentirei sempre. Eu te amo!
 No próximo domingo, Beca e Ian completaríam dez anos de casados.

Capítulo 21 - Bolha Quebrada

Não existe nada que resista à uma objetiva frase de três letras.
...
Beca segurou a mão de Ian tão forte que fez o rapaz por um instante cerrar os olhos, não por dor, mas tentando encontrar nas feições de Beca o que aquilo significava. Os olhos da garota acumulavam um tanto de lágrimas que se recusavam a correr pela sua face e Ian percebeu naquele momento de que a resposta para a sua proposta era "não".
- Por que Beca? - Perguntou o rapaz incrédulo.
- Eu não sei se algum dia você conseguirá entender o quanto eu te amo, Ian e é por isso que eu preciso te deixar ir. - Respondeu Beca, forçando um sorriso.
- Olha, se alguém te contou sobre ontem, juro que eu não quis nada, me drogaram, Beca, você precisa acreditar em mim. - Retrucou Ian inquieto.
- Te drogaram? - Perguntou Beca surpresa.
- Sim...você não sabia? - Perguntou o rapaz confuso.
- Não, Ian, como poderia? - Perguntou Beca, achando certa graça na confusão do rapaz. - Ian, presta atenção, sou eu quem não pode levar isso adiante e eu preciso que você respeite isso. - Concluiu Beca, voltando a ficar séria.
- Não faz sentido, Beca, você veio antes pra ficarmos juntos e agora está terminando tudo. O que mudou? - Perguntou o rapaz nervoso.
- É complicado, Ian. - Respondeu Beca.
- Tenho certeza que eu consigo entender. - Retrucou Ian se levantando.
- Se eu estivesse aqui ontem, você nunca teria se divertido como se divertiu. - Admitiu Beca enfim.
- O que? Você está mesmo achando que eu não teria me divertido com você? - Perguntou Ian descrente.
- Teria sido diferente, Ian. - Retrucou Beca.
- É claro que teria! Teria sido bem melhor do que ser drogado. Acha mesmo que me diverti, Beca? Foi a pior noite da minha vida, minha cabeça ainda está dolorida. - Respondeu Ian sorrindo.
- Então você não se divertiu ontem? - Perguntou Beca encabulada.
- No começo da noite sim, não vou mentir, mas não durou praticamente nada. Algum engraçadinho colocou alguma coisa na minha bebida e aí eu não lembro de mais nada. - Explicou Ian.
Um pedacinho da bolha protetora de Beca acabara de ser quebrado.
- Eu não quero imaginar que você está perdendo de viver tudo que pode por estar preso a uma...
- Estar com você é liberdade, Maria Rebeca! - Interrompeu Ian, sorrindo ao ver Beca torcer o nariz como sempre fazia quando alguém falava seu nome composto.
E então a bolha se quebrou  mais um bom pedaço, Beca sentia-se por dentro cada vez mais viva. Tudo o que precisamos é que alguém insista em dizer o quanto nos ama, para quebrar nossos paradigmas.
- Maria Rebeca, vou perguntar-lhe uma última vez, você aceitar casar-se comigo e assim poder fazê-la feliz mais que apenas um dia? E me deixar sorrir suas alegrias e me deixar te levar para sentir o vento em seu rosto a cada novo dia, só pra ver seus olhos fecharem em contentamento. Eu poderia passar o resto da noite dizendo como será nossa vida juntos, mas por agora, o que mais quero é o seu sim. - Concluiu Ian, tirando do bolso uma pequena caixinha de veludo preta, tornando a se ajoelhar na frente de Beca e mostrando a linda aliança com uma pedrinha que quase piscava para a garota.
- Sim! - Respondeu Beca.
E por fim a última parte da bolha se quebrara.

Capítulo 20 - Reação

Beca quase pode sentir suas pernas fracas com o que acabara de ouvir, se não fosse o detalhe de que era paraplégica.
...
As pessoas à sua volta olhavam para o casal parado no grande hall de desembarque, até a música ambiente que tocavam parecia ter entrado numa espécie de lentidão, tudo passava mais devagar ao redor do casal, Beca permanecia olhando com completa surpresa para o rosto de quem sabe o que está fazendo de Ian e tentando encontrar a voz para reagir a proposta que acabara de ser feita.
- Case-se comigo minha linda Beca! - Repetiu o pedido o rapaz, ainda de joelhos.
O que Ian não sabia é que Beca havia entrado num bolha protetora e só sairia de lá quando realmente sentisse que seus medos haviam ido embora. Ter passado o natal longe de todos que amava e ainda sendo tratada com completa indiferença por pessoas medíocres, sem contar o fato de ter tido a real impressão de que o namorado havia se divertido demasiado, a fez recuar de tudo que acreditava ter direito, não que ela algum dia havia perdido isso, mas levaria um tempo para voltar a acreditar que nunca o perdera.
O pedido do rapaz não era por culpa, afinal, o plano de propor casamento à Beca vinha desde que decidiu fazer a surpresa nessas férias para a garota, o que Ian nunca precisou perceber é que no mundo de Beca, algumas coisas facilmente confrontavam suas verdades, como o fato de no momento, ela achava que precisava deixar o rapaz livre de um compromisso, sem que ele precisasse se privar de curtir a juventude para ter que cuidar de uma cadeirante. Beca nunca se diminuiu pela condição que tinha, só não queria ser egoísta com a vida das pessoas à sua volta e manter Ian neste namoro, para ela era egoísmo.
E Ian...continuava ajoelhado esperando uma resposta.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Capítulo 19 - A Proposta

"O amor certamente mudou o meu caminho. Case comigo, hoje e todos os dias."
(Train - Marry Me)
...
Ian continuava petrificado no meio da sala e apesar de Beca o chamar por duas ou três vezes, resolveu dar um tempo para o rapaz processar a novidade que acabara de compartilhar. O rapaz encarava a garota semi nua desmaiada no sofá, a casa desconhecida e tentando domar a dor de cabeça que coincidentemente ganhara força com a novidade. Em qualquer outro momento dessas férias, ouvir Beca dizer que estava voltando dias antes do planejado e assim teria gerado uma reação imediata de euforia. Beca sabia portanto, que este silêncio não poderia ser algo bom.
Não era o melhor dos momentos que Beca enfrentava e pra dificultar, ela não estava sabendo enfrentá-los com a mesma maturidade de sempre. Enquanto o silêncio de Ian perdurava, a imaginação de Beca começou a imaginar o que poderia estar passando pela cabeça do rapaz: "ele não gostou da surpresa", "ele está arrependido de ter vindo me ver" e a pior de todas as ideias: "algo de muito bom lhe aconteceu na noite passada e eu só vou atrapalhar voltando antes"
- Ian! - Chamou Beca, dessa vez com mais firmeza na voz.
- Oi! - Respondeu Ian, saindo do estado de transe. - Desculpa, a ligação está ruim - mentiu o rapaz - você chega essa noite?
- Sim! - Confirmou Beca.
- Que notícia maravilhosa! - Disse Ian, pouco convincente.
- Tem certeza? - Perguntou Beca. - Você não parece muito feliz com a surpresa.
- Que besteira, é claro que estou. - Reforçou Ian. 
- Então, nos falamos mais tarde, pessoalmente. - Certificou-se Beca.
- Mau posso esperar. - Completou Ian. - E...Beca! Eu te amo! - Disse o rapaz.
Beca deu um sorriso do outro lado da linha e apenas se despediu de Ian. A garota entrara numa zona de defesa e até rever Ian, ficaria naquela bolha até que voltasse a sentir-se segura novamente para expor seus sentimentos. Era uma volta no tempo, como a vez em que estava na cozinha com a sua mãe e preferia mentir a ter que admitir que gostava do garoto mais do que um simples amigo. Por um instante Beca até pensara em desistir da passagem e manter o plano original de voltar apenas depois da virada do ano, mas sabia que precisava encarar a situação, fosse ela o que fosse.
"Beca está chegando" pensou Ian.
- O que foi cara? - Perguntou Fábio, vendo o colega atônito.
- A Beca, disse que chega essa noite. - Respondeu Ian, pasmado.
- Aqui? Tipo, ela está voltando, cara? - Perguntou Fábio confuso.
- Como é que eu vou explicar essa noite pra ela? Nem mesmo eu sei o que aconteceu.
- Cara, relaxa, ela nem precisa saber. - Aconselhou Fábio.
- Não, eu nunca menti pra Beca, ela me conhece. - Ian recusou veemente a ideia de Fábio.
- Bom, você que sabe. - Concluiu Fábio indiferente.
- Vou nessa. Depois a gente se fala.
Fábio acompanhou Ian até um taxi, já que o rapaz se quer sabia que casa era aquela, quem dirá conseguir voltar para casa sozinho. A cabeça teimava em latejar sem pausas, o que tornava mais complicado refletir sobre qualquer coisa, mas Ian definitivamente havia percebido que Fábio seria um colega distante, que pouco se importava com compromissos, dar ouvido aos conselhos do rapaz sobre esconder de Beca a noite anterior estava fora dos planos de Ian, ele só não sabia exatamente como fazer.
Em algum momento, a tranquilidade parece perceber o quanto precisamos dela e ela se manifesta de alguma forma, no caso do Ian, veio como melodia no rádio do taxista. Qual era a chance de tocar uma música brasileira numa rádio na cidade de Boston? Quando se trata de Ian e Beca, tudo era possível; o som dos Tribalistas começou a crescer e ganhar mais sonoridade no ambiente, fazendo Ian soltar uma alta gargalhada que até o taxista estranhou, mas o rapaz nem ligava.
...
Horas mais tarde...
Com muito custo, Ian conseguiu explicar ao taxista que queria chegar ao aeroporto, o garoto estava duas horas adiantado, mas não queria correr o risco de perder a chegada de Beca. Na sala de desembarque, Ian parecia inquieto enquanto os minutos se findavam, a tela acima de sua cabeça já informava que o desembarque dos passageiros havia encerrado, a qualquer momento, Beca cruzaria a porta automática em sua direção e o rapaz já não se lembrava, pelo menos por aquele instante, das travessuras que aprontara na noite anterior. Havia muita expectativa entre as pessoas ao seu redor que também aguardavam algum conhecido para passar a virada de ano, era quase que uma lugar onde a saudade era trocada por reencontros e ali mesmo outra hora cravava nos corações que partiam novamente.
Quando Beca cruzou o corredor em direção à Ian, seus olhos instintivamente se encheram de lágrimas, ver o rapaz era como sentir a brisa do vento no rosto novamente, Ian tirou um pequeno buquê de Tulipas coloridas, em cores vibrantes que havia escondido até que Beca se aproximara mais. Até as flores pareciam sorrir com a aproximação do casal.
- Beca! - Disse Ian, abrindo um sorriso tímido, parecendo a vez que o rapaz a viu no vestido de formatura.
Não importa quantas vezes os dois se vissem, Ian sempre olharia para Beca como quem acabava de descobrir o amor.
Ian se ajoelhou em frente à Beca, que o olhava com bastante firmeza, sem saber exatamente o que pensar a respeito, ele descansou a cabeça no colo de Beca e ela sorriu, pousando as mãos nos cachos de Ian. Depois de um tempo em silêncio, Ian voltou a olhar para Beca e finalmente falou:
- Casa comigo?