Além de escrever o livro, Ygor também é o designer da capa, talento não falta, acompanha aí a entrevista.
Idade: 35
Cidade natal: São Paulo
Profissão/estudo: Formado em Letras / Direção de Arte e
Design Editorial – Profissão Designer Gráfico e Editorial
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RV- O que te levou a escrever um livro?
YM - Acredito muito em projetos literários,
mais do que apenas escrever produzir textos, penso num projeto literário que
terá uma proposta específica, podendo também ter ou não uma mensagem ou
intensão.
E os livros são isso, um projeto, um
plano maior do que apenas textos soltos, ou um texto que se desenvolve sem
planejamento, escravo da inspiração ou sentimentos, escrever é muito mais
racional do que emocional.
Pensando nisso escrevi os primeiros
livros de poesia, ao juntar um certo número de textos com a mesma proposta.
Claro que esses primeiros livros estão guardados, são ruins (rssss) mas
cumpriram com o seu propósito. E tem sido assim, cada projeto um livro, escrevi
o livro Um Objeto Quando Esquece, que acredito que encerra minha “carreira” de
poeta e desde então tenho me dedicado ao conto. São as histórias e o projeto em
que essas histórias se encontram que me levaram a escrever livros.
RV - Quanto tempo demorou para
finalizá-lo?
YM - O que posso dizer é que é bem demorado.
Escrever até que é rápido, mas entre revisão, edição, distanciamento do livro,
que é aquele período que tento esquecer daquelas histórias para voltar a elas
um tempo depois com novas ideias e então reescreve-las, melhores. Todos esses
processos levam tempo, anos, Do Som ao Impacto foram quase dez anos e quando
releio ainda tenho vontade de reescrever. Mas é preciso ter cuidado, pois dessa
forma seria impossível terminar um livro, no entanto, existe um momento em que
você percebe que depois de muito trabalho e tempo já tirou tudo o que tinha que
tirar daquelas histórias e é hora de seguir para novos projetos.
Mas respondendo de forma
mais prática, estou no terceiro ano de meu novo livro de contos, terminando a
quarta revisão e edição. Meu plano era acabar esse ano, mas temo que se estenda
por mais um ano. O que é preciso deixar claro também, é que minha rotina entre
trabalho, cursos e compromissos me deixa com pouquíssimo tempo para a
literatura, imagino que tendo uma rotina
um pouco mais folgada e com
espaço para trabalhos literários, um a dois anos seriam o bastante pra concluir
cada um desses livros.
RV - Qual a história do seu livro?
YM - Bom vou falar de Do Som ao Impacto. São
contos, histórias independentes umas das outras, mas o leitor atento poderá
encontrar coisas em comum entre elas. Em alguns momentos algumas dessas coisas
em comum, vão responder mistérios ou dúvidas de outras histórias, e noutros
momentos podem deixar o leitor ainda mais intrigado. A maioria das histórias
giram em torno de um assassinato, que tanto pode ser fruto dum mistério maior
quanto da violência sem sentido ou razão que domina as grandes cidades. As
histórias dos outros contos giram em torno disso, de forma mais direta ou
subjetiva, mas penso que em todos os contos, os personagens vão enfrentar momentos
cruciais de suas vidas, onde depois daquilo, não serão mais os mesmos.
RV - Conseguiu editora para publicá-lo?
Enviei o original para muitas editoras
que recusaram, outras cobraram uma fortuna para publicar, acabei fazendo uma
produção independente junto a Editora Incomum, que tem um projeto muito bom
para autores independentes. Vale ressaltar que paralelo a isso ia revisando e
reescrevendo, melhorando o livro, até que depois do lançamento da Editora
Incomum, enviei para a Editora Multifoco, que aceitaram e publicaram o livro.
RV – Ele está disponível em algum
aplicativo? Qual?
YM - Está disponível no site da editora, http://editoramultifoco.com.br/loja/product/som-ao-impacto/
RV - Qual a maior dificuldade que encontrou?
YM - Minha primeira publicação foi em uma
antologia da Editora Brainstorm, em 2005. A maior dificuldade é encontrar
alguém que aposte no seu trabalho. Por isso penso que o autor jovem ou
independente deve traçar seu próprio caminho, seja em concursos, antologias, ou
publicações independentes que hoje em dia dão opções para todos os públicos e
bolsos. Com toda certeza, hoje em dia o mais difícil não é publicar, nem
vender, o mais difícil é encontrar e conseguir leitores. Esse é o desafio, pois
ainda que o jovem autor tenha pago pela sua primeira publicação, são os
leitores que poderão levá-lo as grandes editoras.
RV - Como foi a experiência?
YM - Com o livro Do Som ao Impacto o esquema
é bem simples, o acabamento do livro, diagramação, impressão e capa são muito
bem feitos. Mas as vendas são sob demanda, o que dificulta ser encontrado pelo
público. No mais, é mais positiva do que negativa essa experiência. Voltando a
resposta anterior, foi fácil produzir o livro independente, e depois na segunda
publicação a editora tomou conta de tudo, o difícil como disse antes é fazer com
que os leitores encontrem com o seu livro.
RV - Quem revisa sua obra?
YM - Em grande parte sou eu mesmo, alguns
amigos também dão uma lida e alguns comentários, mas o mais certo é procurar um
profissional sério e gabaritado para a função, tanto a parte gramatical, quanto
o texto em si, a forma da escrita devem passar por um profissional, farei isso
no meu próximo livro.
RV - Qual sua estratégia para conseguir
lançá-lo?
YM - Como disse antes, Do Som ao Impacto,
publiquei de forma independente depois de tentar muitas editoras. Só depois
encontrei a Editora Multifoco. Para o próximo livro, vou tentar as editoras
maiores, e em último caso farei outra publicação independente.
RV - Já está escrevendo algum outro?
YM - Sim, continuo escrevendo em meu blog o www.moviemento.blogspot.com e no Cenas de Cinema, além disso estou terminando a
edição de um novo livro de contos e rascunhando e fazendo pesquisas para um
novo romance, o qual já tenho o roteiro da história, a espinha dorsal
construída, falta sentar e escrever.
RV – Qual dica você deixa para quem está
começando?
YM - Sendo bem direto, ouvi certa vez algo
que acho muito verdadeiro. Um escritor só é escritor quando escreve. Se você
escreveu um livro ou texto tempos atrás, você deixou de ser um escritor, então
meu caro: Escreva, escreva e escreva. Mas quando falo escrever, não é de forma
desenfreada e sem pensar, tenha seus projetos e trabalhe por eles, escreva,
produza, estude, faça e refaça. E... escreva muito, mas leia muito mais, um bom
escritor deve ser um ótimo e ativo leitor. Busque referência nos clássicos e
fique distante dos modismos, mas fique atento, pois evitar modismos é diferente
de ser preconceituoso ou prepotente. Quase tudo vale a pena em literatura, ler
dos best-sellers aos grandes clássicos, tudo é válido desde que saibamos dar o
devido valor e importância a cada coisa.
Fantástico o trabalho do Ygor, em breve terá resenha do livro dele aqui no blog.
Conheça mais sobre o livro Do Som ao Impacto
Do Som ao Impacto… Um livro de contos, talvez a mais absurda e melhor definição, pois o conto está
tomado de resposta. As perguntas que sempre serão feitas a respeito do exercício de contar histórias encontram as respostas prontas nesse gênero, bastando somente saber que são contos. Do Som ao Impacto pega e dá carona ao cinema, seu ritmo e estilo. Se toda situação pode ser vivida tanto na literatura quanto no cinema, nesses contos há uma busca que se faz explícita sem o menor problema de buscar o clima do cinema, o silêncio de uma imagem ou uma situação somente observada. A maneira pela qual as imagens seguem intercalam-se e antecedem às outras imagens e aos chavões do cinema aqui rearmados. O cinema Noir, a imagem da chuva, o suspense que depois se mostra desnecessário, mas sobre tudo o cinema que se mostra no som e no impacto, o som que sugere, o “impacto” da imagem que pode ainda só sugerir, mas possui também uma natureza muito mais brusca, rápida e bela.
Fantástico o trabalho do Ygor, em breve terá resenha do livro dele aqui no blog.
Conheça mais sobre o livro Do Som ao Impacto
Do Som ao Impacto… Um livro de contos, talvez a mais absurda e melhor definição, pois o conto está
tomado de resposta. As perguntas que sempre serão feitas a respeito do exercício de contar histórias encontram as respostas prontas nesse gênero, bastando somente saber que são contos. Do Som ao Impacto pega e dá carona ao cinema, seu ritmo e estilo. Se toda situação pode ser vivida tanto na literatura quanto no cinema, nesses contos há uma busca que se faz explícita sem o menor problema de buscar o clima do cinema, o silêncio de uma imagem ou uma situação somente observada. A maneira pela qual as imagens seguem intercalam-se e antecedem às outras imagens e aos chavões do cinema aqui rearmados. O cinema Noir, a imagem da chuva, o suspense que depois se mostra desnecessário, mas sobre tudo o cinema que se mostra no som e no impacto, o som que sugere, o “impacto” da imagem que pode ainda só sugerir, mas possui também uma natureza muito mais brusca, rápida e bela.
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